Por Juliana Steil, Valor - São Paulo

Aconteceu, na manhã deste sábado (26), a cerimônia de sepultamento do papa Francisco, que faleceu na última segunda-feira (21). O rito de despedida do pontífice começou com a Missa de Exéquias à frente da Basílica de São Pedro, onde aconteceu o velório, e seguiu até a Basílica de Santa Maria Maior, onde o pontífice será sepultado.

A missa teve início por volta das 5h no horário de Brasília (10h no horário local). A cerimônia pôde ser acompanhada ao vivo pela transmissão do Vatican News, com comentários em português, no YouTube.

Veja como foi a cerimônia:

A missa dá início ao Novendiali (período de nove dias de oração) e foi presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais Cardinalício. Após a missa, foram realizados os ritos finais de despedida, incluindo a Ultima commendatio et Valedictio, ritos católicos que marcam a despedida do papa, antes de seu sepultamento.

Cerca de 50 mil pessoas, entre religiosos, líderes mundiais e fiéis, acompanharam a cerimônia presencialmente na área cercada da praça, que precisou ser fechada após atingir a capacidade máxima. Ao redor da praça, a polícia local calculou que pelo menos 200 mil pessoas acompanharam a cerimônia.

O decano do Colégio dos Cardeais, Dom Giovanni Battista Re, destacou, durante a homilia da Missa de Exéquias, que no eclodir de tantas guerras nos últimos anos, "com horrores desumanos e inúmeras mortes e destruições, papa Francisco levantou incessantemente a sua voz implorando a paz e convidando à sensatez."

O purpurado ainda afirmou que a guerra é "apenas morte de pessoas e destruição de casas, hospitais e escolas." Em sua análise, a guerra deixa sempre o mundo pior do que estava, pois "é sempre uma derrota dolorosa e trágica para todos."

"Construir pontes e não muros" foi uma exortação que papa Francisco usou muitas vezes em seu ministério, e o cardeal utilizou várias vezes em seu discurso.

Homilias são os sermões feitos pelos sacerdotes durante as celebrações. O discurso é feito após a proclamação das leituras bíblicas, a chamada Liturgia da Palavra.

Além disso, o decano recordou a defesa dos mais pobres tão presente nos doze anos de pontificado de Jorge Mario Bergoglio. Precisamos de "uma Igreja desejosa de cuidar com determinação dos problemas das pessoas e das grandes angústias que dilaceram o mundo contemporâneo; uma Igreja capaz de se inclinar sobre cada homem, independentemente da sua fé ou condição, curando as suas feridas,

Ao fim da missa, cerca de 40 pessoas em situação de vulnerabilidade social esperaram o caixão nas escadarias do templo para um "último adeus". Eram pobres, sem-teto, detentos, pessoas trans e imigrantes que se despediram do santo padre, e, sobretudo, manifestaram sua "sincera gratidão". Essa iniciativa, proposta pelos responsáveis do funeral, reflete o compromisso que Jorge Bergoglio sempre teve com os que vivem às margens.

Procissão até Basílica Santa Maria Maior

Por volta de 7h30 (12h30 no horário local), o caixão do papa deixou o Vaticano. O translado do caixão da Basílica de São Pedro para a Basílica de Santa Maria Maior, onde o pontífice será sepultado, foi aberto a público com uma procissão que passa pela Praça Santa Marta, Praça dei Protomartiri Romani e o Arco dos Sinos. Então, a procissão entra na Praça de São Pedro e se direciona para o destino final. O trajeto tem aproximadamente 4,4 km.

O sepultamento, porém, foi realizado em uma cerimônia privada a partir das 8h. A visitação ao túmulo pelo público será aberta no domingo (27).

Valor
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