Imagem: "Blue Bayou"- Idem, Estados Unidos, Canadá, 2021 Direção: Justin Chon, Neflix
''Blue Bayou'', a história de um menino coreano adotado vivendo nos EUA, por Eleonora Rosset

''Blue Bayou'', a história de um menino coreano adotado vivendo nos EUA, por Eleonora Rosset

Uma bela luz azul torna etérea e mágica uma lagoa pantanosa. Esse lugar é o preferido de Antonio Leblanc (Justin Chon) para meditar sobre sua vida.

Estamos em Nova Orleans, cidade nos Estados Unidos, onde Antonio mora com a mulher Vicky (Alicia Vikander) e Jessie, sua enteada de cinco anos.

A família vai aumentar porque Vicky espera um bebê. A vida deles não é fácil, mas há amor naquela casa.

Antonio, nascido na Coreia do Sul, foi adotado nos anos 80 do século passado por pais americanos brancos, como outras milhares de crianças de países orientais. Ele se considerava cidadão coreano-americano, dada a adoção aos três anos de idade.

Mas tudo muda quando a lei de adoção é revista e indica a repatriação dessas crianças, hoje adultas e com uma vida nos Estados Unidos.

Antonio fugira da casa dos pais adotivos por causa da violência que a mãe e ele sofriam. Ficou só e na rua.

Sem escolhas, ele se envolveu com um grupo que roubava motos. Foi preso e tinha ficha suja. Difícil conseguir quem o empregasse. Sobrevivia fazendo tatuagens.

O filme explora essa injustiça que afeta todas as crianças adotadas que não tiveram sorte com os pais adotivos. Uns porque não fizeram o que mandava a lei em termos de obter cidadania, outros porque não queriam mais aquela criança, que ia de casa em casa, sempre rejeitados. Sua situação era dramática porque não mais pertenciam ao país onde nasceram, nem ao país onde viveram.

Justin Chon interpreta com brilho o personagem principal. Ele também assina o roteiro e a direção.

E nos emociona com sua luta para permanecer com a família que amava. O ponto mais comovente é a perda que a deportação impõe àquela família.

Haverá esperanças de um dia se reunirem?


Eleonora Rosset