Nada de tiros, correrias, sangue. Em "Emma" reina a calma e o luxo entre ingleses do século XVIII. Uma pausa para deliciar nossa necessidade de beleza e, ao mesmo tempo, conhecer melhor a condição humana, que é sempre a mesma debaixo das aparências. Ninguém é livre de errar e consertar o erro, se puder.
A protagonista é Emma, nome do livro no qual se baseou o filme, escrito por Jane Austen (1775-1817). É interpretada por Gwyneth Paltrow, com 24 anos, radiante e elegante sem exageros. Sua irmã mais velha é casada e mora longe. Cabe a Emma tomar conta da casa enorme, muitos criados e fazer companhia ao pai viúvo que ela adora.
O cunhado de Emma é irmão do melhor amigo dela. O Sr Knightley (Jeremy Nortam), aos 37 anos, é disputado pelas moças solteiras mas ele não parece ter olhos para nenhuma delas, a não ser Emma. Mas ela não percebe isso porque não pensa em casar-se. Seu lugar é ao lado do pai. Ela tem uma vida agradável e calma e nada lhe falta.
Mas ela é mandona. De uma maneira delicada, às vezes fala mais do que devia. E tem mania de casar suas amigas. Sua primeira vitória foi casar sua governanta com um homem rico e com boa posição social. Foi bem sucedida.
Mas, por causa desse sucesso, Emma pensa que tem o poder de mandar na vida das pessoas; comete erros de julgamento e se engana com os pares que quer formar. Isso causa constrangimento e infelicidade. Tudo sem querer, claro, mas por causa da onipotência sem limites de Emma.
Talvez, para não pensar e receber um não como resposta, ela não se permite interessar-se por alguém. Emma tem medo de amar. E se fecha. Tenta viver o amor alheio através dos pares que decide formar, mas fracassa.
A beleza do campo inglês é o cenário para cavalgadas, piqueniques e longos passeios pelos arredores. Ninguém trabalha e a única nota sobre a vida fora desse mundinho ideal são os ciganos que existem e assaltam os desavisados.
Para mudar um pouco de temas nos filmes, "Emma" é uma festa para os olhos e para os corações românticos.
(O trailer está no blog www.eleonorarosset.com.br)