Entre vaias, aplausos e muito destaque na mídia, a mais nova produção do premiado Francis Ford Coppola, "Megalópolis", marcou a jornada desta quinta-feira, dia 16, na projeção do mais esperado dos 22 concorrentes à Palma de Ouro de 2024, no Festival de Cannes, na França.
O novo filme já começa com um recorde nunca antes visto no currículo do diretor que fez "O Poderoso Chefão" (1972), "Apocalipse Now" (1979) e "Drácula, de Bram Stoker" (1992). É que "Megalópolis" levou simplesmente 40 anos para ser finalizado, ao custo estimado de US$ 120 milhões (cerca de R$ 660 milhões), boa parte bancado pela produtora do próprio Coppola, a American Zoetrope.
A demora recorde é atribuída, segundo o próprio diretor, a dificuldades com obtenção de financiamento, aos atentados de 2001 nas torres gêmeas em Nova York e a idas e vindas de atores e atrizes que poderiam ter participado do filme, caso de Robert De Niro, Al Pacino, Leonardo DiCaprio, Nicolas Cage, Kevin Spacey, Paul Newman e Uma Thurman, entre outros.
A definição da história do novo filme o diretor deu à revista Vanity Fair: "um épico romano nos Estados Unidos moderno". Segundo a sinopse, a obra é centrada na figura de um arquiteto que quer reconstruir a cidade de Nova York como uma utopia após um desastre devastador.
A trama é estrelada por Adam Driver, Nathalie Emmanuel, Shia LaBeouf e Aubrey Plaza, além de um grupo de veteranos de Hollywood como Dustin Hoffman, de 86 anos, ganhador de dois Oscar por suas atuações em "Kramer vs. Kramer" (1979) e "Rain Man" (1988); John Voight e Talia Shire, de "O Poderoso Chefão".
Em recentes publicações em suas redes sociais, Coppola classificou "Megalópolis" como o "melhor trabalho que tive o privilégio de liderar". Ele, que tem 85 anos, dedicou o filme a sua esposa Eleanor Coppola, que morreu aos 87 no último dia 12 de abril. O casal estava junto havia 61 anos, tendo como filhos Roman (escritor e produtor de filmes para o diretor Wes Anderson) e Sofia Coppola, que começou como atriz, engatou a carreira de diretora como o pai e ganhou um Oscar de melhor roteiro original com "Encontros e Desencontros", de 2003.