Jardim Botânico | Imagem: Wikipédia
Dicas imperdíveis para passeios no Rio de Janeiro, por Yeda Saigh

Dicas imperdíveis para passeios no Rio de Janeiro, por Yeda Saigh

Nada melhor do que chamar a atenção para alguns lugares especiais do Rio de Janeiro. Começando pelo maravilhoso Jardim Botânico, tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é um lugar super gostoso para passar umas horas, principalmente no verão onde costuma ser mais fresco.

Fundado em 1808 por Dom João VI, na época Príncipe-regente, para aclimatar as mudas de espécies que vinham do exterior, o Jardim Botânico tem hoje mais de oito mil tipos de plantas e flores do Brasil e de outras partes do mundo. Encontra-se em uma área total de 137 hectares (54 deles de área cultivada) e promove estudos de vegetais de diversas regiões do país.



Dentro do parque há dois museus, o Botânico, que possui um grande acervo de documentos sobre o assunto, e a Casa dos Pilões: antiga fábrica de pólvora que exibe escavações arqueológicas. Outras atrações são as estufas, o orquidário e o bromeliário, além de uma biblioteca, café, restaurante e uma loja super legal.



Cartão Postal do Jardim Botânico
Foto Wikipédia

Um pouco da história do Jardim Botânico

Em 1808, com a mudança da família imperial para o Brasil, o Rio de Janeiro foi alçado à condição de sede do império português, criando diversas oportunidades e melhorias à cidade. Entre essas melhorias destaca-se a implantação de uma fábrica de pólvora no antigo "Engenho da Lagoa" dentro do atual Jardim Botânico.



Palmeira Imperial no Jardim Botânico
Foto Wikipédia

Orquidário


Patrocinado pelo joalheiro Antonio Bernardo desde 2000, é uma estufa construída no final do século XIX, reformada na década de 1930 e restaurada em 1998. Além de abrigar mais de 700 espécies de orquídeas, abriga plantas ornamentais como antúrios, filodendros, avencas, samambaias e um conjunto de dois mil vasos com uma das mais belas coleções do Jardim Botânico.

Jardim Japonês


Reinaugurado em 1995, apresenta ao visitante um típico recanto japonês, com o jardim de pedras e exemplares de bonsais, bambus, cerejeiras, buquês de noiva e salgueiros-chorões. Nos dois lagos, habitados por carpas, destacam-se flores de lótus.

Bromeliário


As bromélias do Jardim Botânico são lindas, não deixe de conferir: os técnicos desenvolvem um trabalho sério e importantíssimo para a preservação da nossa biodiversidade.


Bromeliário
Foto Pedro Henrique

Museu do Meio Ambiente


É um espaço para exposições, programas educativos e debates que estimulam a participação ativa da sociedade na discussão sócio-ambiental.



Museu do Meio Ambiente
Foto Museu do Meio Ambiente Website

Espaço Tom Jobim


Inaugurado em 2003, o espaço mostra a vida e obra de Antônio Carlos Jobim em vídeos e composições, além das obras de outros grandes artistas brasileiros como Dorival Caymmi. São três ambientes: Casa do Acervo, o Galpão das Artes e o Teatro.

Espaço Tom Jobim
Tel.: +55 (21) 2274-7012



Espaço Tom Jobim no Jardim Botânico
Foto Wikimedia

Jardim Botânico


Rua Jardim Botânico, 1008 - Jardim Botânico. RJ
Tel.: +55 (21) 3874-1808
www.jbrj.gov.br

Visitar o Jardim Botânico é sem dúvida um dos passeios mais bonitos para se fazer no Rio de Janeiro!

Parque Lage


Um outro passeio interessante e muito agradável é ir ao Parque Lage. Ligado à memória da cidade do Rio de Janeiro, foi um antigo engenho de açúcar na época do Brasil Colonial e suas terras se estendiam até as margens da atual Lagoa Rodrigo de Freitas.

Pertencia a Antonio Salema, governador do Rio de Janeiro no século XVI. Em 1660, passou a ser propriedade da família Rodrigo de Freitas Mello. Um nobre inglês, em meados do século XIX, compra parte das terras e contrata o paisagista John Tyndale para projetar um jardim em estilo romântico, nos moldes das quintas europeias.

Em 1859, parte da fazenda passa a ser propriedade de Antonio Lage, que perde a fazenda. Em 1920, seu neto, o empresário Henrique Lage, a compra de volta. Amante das artes, Henrique Lage apaixona-se e casa-se com a cantora lírica italiana Gabriela Besanzoni. Ppara agradá-la, manda construir uma réplica perfeita de um "palazzo romano". Hoje, funciona a Escola de Artes Visuais, muito ativa em sua programação.

O casarão foi construído em torno de uma piscina: mármores, azulejos e ladrilhos importados da Itália são encantadores. As pinturas decorativas dos seus salões foram assinadas por Salvador Paylos Sabaté.

Desde 2004 funcionando, o Café du Lage tem uma localização muito especial: fica dentro do casarão, bem em frente à piscina e com as salas de aula e exposições à volta. Pode-se tomar todos os dias um delicioso café da manhã, além do local ser também aberto para o almoço.


Café Du Lage - Parque Lage
Foto Pedro Henrique

Os jardins que cercam a casa fazem parte do Parque Nacional da Tijuca. São organizados de forma geométrica e o entorno compreende 52 hectares de floresta exuberante, com variedades de espécies da Mata Atlântica e trilhas que levam até o Cristo Redentor.
Rua Jardim Botânico, 414.
Tel.: +55 (21) 3257 1800
www.eavparquelage.rj.gov.br

Largo do Boticário


Bárbara Eliodoro, minha querida professora de Shakespeare e a melhor critica de teatro do Brasil, fez 90 anos e eu fui visitá-la: ela estava fazendo um strogonoff para o dia de Natal. Bárbara mora em uma casa histórica do fim do século XIX, no Largo do Boticário, que é um dos lugares mais antigos e charmosos do Rio. O largo fica no Cosme Velho com casarões coloniais envolvidos por um pedaço da Mata Atlântica
O nome Boticário é uma homenagem a Joaquim Luís da Silva Souto, um boticário bem sucedido que tinha seu estabelecimento no centro da cidade e, entre seus clientes, a família real.


Largo do Boticário
Foto Pedro Henrique

SOLAR DOS ABACAXIS


De 1843, é um raro exemplar de chalé neoclássico. Um aspecto pitoresco da decoração são os abacaxis de ferro forjado sobre as grades das sacadas das janelas do primeiro andar, que deram nome ao edifício. Em 1944, Anna Amélia Carneiro de Mendonça, mãe da Bárbara Eliodoro, morou lá com seu marido Marcos Carneiro de Mendonça, que foi o primeiro goleiro da seleção brasileira de futebol e um historiador. O casal transformou o solar num ponto de encontro de artistas e intelectuais da época.


Solar dos Abacaxis
Foto Pedro Henrique


Vista Chinesa


É um mirante em estilo chinês localizado no bairro do Alto da Boa Vista, dentro da Floresta da Tijuca: importante ponto turístico da cidade com uma vista deslumbrante.


Vista Chinesa em Cartão Postal de 1911
Foto Wikipédia

Desde 1856, o Jardim Botânico estava ligado ao Alto da Boa Vista por uma estrada carroçável, feita pelos coolies, operários chineses, trazidos de Macau. Nessa região, percebe-se uma grande presença chinesa, iniciada com a vinda de plantadores do chá, já citados acima, na época de Dom João VI.

Ilha Fiscal


Um outro passeio bem interessante é a Ilha Fiscal. Pega-se um barco na Praça XV, no Espaço Cultural da Marinha, que demora apenas 15 minutos, e visita-se o prédio todo em estilo gótico-provençal, que fica na Baía de Guanabara.


Ilha Fiscal
Foto Wikipédia

Foi lá que aconteceu O Último Baile do Império, seis dias antes da Proclamação da República. A Ilha Fiscal continua sendo um elo entre o presente e o passado do nosso país.

Visitas guiadas - Tel.: +55 (21) 2104 6992

Nunca se viu tanto luxo no Brasil. O famoso Baile ocorreu no dia 9 de novembro de 1889, em homenagem ao almirante escocês Cochrane. O evento, que reuniu toda a sociedade do Império, comemorava também as bodas de prata da princesa Isabel e do conde d´Eu. A intenção do Visconde de Ouro Preto era fazer um baile inesquecível, para reforçar a posição do Império contra as conspirações republicanas.


Convite do Baile
Foto Wikipédia

Comentava-se na época o exagero dos gastos dessa festa que correspondiam a 10 % do orçamento do Rio de janeiro; para se ter uma ideia, foram servido 800 quilos de camarão, 300 frangos, 500 perus, 64 faisões, 1.200 latas de aspargos, 20 mil sanduíches, 14 mil sorvetes, 2,9 mil pratos de doces, 10 mil litros de cerveja e 304 caixas de vinhos e champagne. Calcula-se que cinco mil pessoas participaram do baile marcado pelo excesso e pela extravagância.

Museu da Marinha

Antes ou depois de ir na Ilha Fiscal, no mesmo local pode-se visitar também esse museu que é bem interessante, e onde está a Galeota Imperial, um Submarino e a Nau. São embarcações portuguesas usadas para desbravar o mundo no século XVI.


Museu da Marinha
Foto Ilha Fiscal Galeota

Museu de Arte Moderna do Rio - MAM


O MAM do Rio de Janeiro foi criado em 1948 nos mesmos moldes do Museum of Modern Art (MoMa) de Nova York, assim como o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Está em uma área privilegiada nos jardins do Aterro do Flamengo e é uma das mais importantes instituições culturais do Brasil, sem fins lucrativos. O prédio modernista é do arquiteto carioca Affonso Eduardo Reidy e o projeto paisagístico de Roberto Burle Marx.

Curiosidade:

As obras do acervo do museu, entre elas: Miró, Salvador Dalí, Max Ernst e René Magritte foram 90% destruídas no trágico incêndio de 1978, principalmente obras de Picasso. O MAM entretanto recebeu a solidariedade de centenas de pessoas em todo o mundo, o que foi fundamental para a recuperação de sua sede e de seu acervo.
Entre 1993 e 2002, o museu recebeu uma doação de 4.000 obras de Gilberto Chateaubriand, depositado em comodato no museu em 1993, quadros de Cândido Portinari, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Di Cavalcanti e gravuras de Oswaldo Goeldi, entre outros. Hoje conta com mais de 11 mil obras no seu acervo.

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro


Av. Infante Dom Henrique, 85, Flamengo Tel.: +55 (21) 2240 4944
www.mamrio.com.br

Para terminar um pensamento de Tom Jobim:

"Meu Coração é feito de música, de um mágico som de piano em clave de sol. Dentro de mim, há sempre lua. Há música para levar às pessoas. Eu vivo a vida que é simplesmente feita de cores, poemas e acordes."