"Rever o fim da vida de Lady Diana sem mau gosto, fugindo do chocante para mostrar a complexidade humana, é o motivo dessa série em sua primeira parte. A segunda virá em 14 de dezembro. Gostei."
Brilha a Tour Eiffel na noite de Paris. E um rapaz passeia com seu cãozinho. De repente uma Mercedes preta passa à toda pela avenida, perseguida por motos e outros carros. Assustado, o rapaz ouve um estrondo e imediatamente liga para a polícia. Avisa do acidente que acabou de acontecer no túnel Pont de l'Alma.
Em sua sexta temporada, a série de grande sucesso coloca em primeiro plano a princesa triste, Lady Diana. Sabemos como sua morte foi lamentada pelo mundo todo que acompanhava sua história.
O tempo volta na tela e o Primeiro Ministro, Tony Blair, tenta convencer a rainha Elizabeth II de que Diana, mesmo divorciada, podia ser útil à Coroa. Ele comenta a fama que ela tem e o carinho dos súditos com ela. Mas o muro que a deixou fora da família real é alto e inexpugnável. Aos 36 anos, Diana é considerada "persona non grata" pela rainha (Imelda Stanton), mesmo sendo a mãe de um futuro rei.
Para quem acompanhou a série e leu sobre os acontecimentos, é como se encontrássemos velhos conhecidos. Os atores continuam ótimos. Principalmente Elizabeth Debicki, que encontrou o caminho certo para interpretar Lady Di sem imitação barata e criando o clima de carisma que a rodeava. Imelda Stanton faz a rainha com o rosto e a entonação da voz. E Mohamed Al-Fayed tem em Salim Daw o interprete perfeito.
E uma pergunta. É tudo verdade? A narrativa dos eventos é respeitada mas o criador, Peter Morgan, inseriu cenas imaginadas, especialmente as conversas que só os personagens reais podem dizer se são exatas.
A figura que ocupa mais espaço que a rainha é o pai de Dodi Al-Fayed, o companheiro de Diana que morreu no acidente. Esse egípcio bilionário que quer chegar de qualquer jeito à elite britânica compra o Harrod's, o Ritz de Paris e o castelo que acolheu o rei que abdicou do trono por amor. Seu sonho é casar o filho com Diana.
Enfim, Diana é vista como uma pessoa carente, com uma infância sem mãe e pai negligente. Ela quer ser amada. Mas essa parte infantil de sua personalidade a faz querer um amor sem jaça. Inexistente. E a presença de Camila na vida de Charles mexeu profundamente com sua auto estima e sentimentos de rejeição. Pobre menina.
São quatro episódios disponíveis e mais uma segunda parte, finalizando a série, a partir de 14 de dezembro.
Vou maratonar.
(O trailer está no meu blog: www.eleonorarosset.com.br )