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Mountain Sapphire Mine leva o público até o garimpo em Montana, EUA

Mountain Sapphire Mine leva o público até o garimpo em Montana, EUA

Situado na região das montanhas rochosas, fronteira com o Canadá, o Estado norte-americano de Montana é muito conhecido por suas histórias de cavalos, inclusive àquela levada ao cinema com o filme O Encantador de Cavalos (1998), com Robert Redford, Kristin Scott Thomas e a então menina Scarlet Johansson.

No entanto, um roteiro turístico inusitado tem atraído milhares de visitantes durante uma parte do ano à Mountain Sapphire Mine, próximo à cidade de Philipsburg e não muito distante da capital Helena. A época é justamente agora, temporada de verão, única que se pode frequentar a região que é gelada e inóspita o resto do ano.




O desafio batizado de "febre da safira" é uma alusão à corrida do ouro que marcou o desbravamento do velho oeste norte-americano, em que os turistas são convidados garimpar suas próprias pedras e depois levá-las para a lapidação numa das lojas da Gem Mountain, em Philipsburg.

Esse tipo de "garimpo" ou lazer de férias só é possível porque os depósitos dessas pedras preciosas da Mountain Sapphire Mine são dos mais ricos dos EUA, conhecidos também como Rock Creek Sapphire. Como muitas outras minas em Montana, as de Rock Creek foram descobertas por garimpeiros de ouro por volta de 1890. Mas foi só depois da Segunda Guerra Mundial que empresários começaram a desenvolver o negócio, e depois o turismo, na área.



Hoje, conseguiram formatar um modelo mais original - para um roteiro turístico - em que visitantes podem garimpar suas próprias pedras em família ou num grupo de amigos e depois leva-las para lapidação. Com um pouco de sorte, alguém pode encontrar uma pedra bem valiosa, que pagará toda a viagem!

O marketing voltado para o público começou a se desenvolver na metade da década de 1960 - até então, apenas mineradores, comerciantes e joalheiros circulavam pela região - ganhando impulso nos anos de 1980. A Gem Mountain oferece toda uma gama de serviços. Depois que os turistas encontram as safiras em estado bruto, a recomendação é que levem para uma avaliação em Philipsburg.



Na loja, as pedras são espalhadas numa mesa apropriada e procura-se aquelas com pelo menos meio quilate de peso, sem rachaduras ou falhas. As escolhidas vão para nova avaliação para ver se valem passar pelo processo de aquecimento ou já podem ser lapidadas. Aquelas reprovadas são devolvidas aos donos, como souvenires. Todo o processo envolve a avaliação inicial, pesagem, aquecimento, graduação da cor e opções de lapidação.

A "temporada" de garimpo é aberta ao público todos os dias a partir de 7 de maio, e se estende até 5 de setembro. Portanto, está em pleno curso. O resto do tempo, pode-se imaginar o frio que outono e o inverno trazem para as rochosas, na fronteira com o Canadá. Outras informações sobre esse roteiro podem ser obtidas no site da Gem Mountain (www.gemmountainmt.com).

Apesar de todo esse marketing, feito no melhor estilo "Disney" de divertimento e consumo, o maior produtor de safiras do mundo continua sendo o Sri Lanka, ou Ceilão, país asiático localizado próximo a Índia. No início de 2017, a maior dessas pedras com a coloração azul foi encontrada na região de Ratnapura, ao sul do Sri Lanka. Com 1.404,49 quilates (281 gramas), a safira polida em formato oval teve seu preço estimado à época em US$ 100 milhões.