A incorporadora Gafisa planeja comprar a construtora São José, uma das mais conhecidas do ramo de imóveis de alto luxo de São Paulo. A conversação está adiantada em relação a outros interessados, no caso, a ARC Capital, uma gestora de operações estruturadas. As informações são do site Brazil Journal.
O negócio faz parte da estratégia do Nelson Tanure (TIM, Gazeta Mercantil/Jornal do Brasil), de reposicionar a Gafisa como uma incorporadora de alta renda, por meio de aquisições diversas. O empresário baiano, radicado no Rio de Janeiro, assumiu o controle da construtora em 2019, e já fez outras compras: as incorporadoras Calçada e Bait (RJ); o residencial Fasano Itaim (SP); e o Fashion Mall, um shopping em São Conrado (RJ).
Robustecida por essas aquisições, a Gafisa já vem trabalhando com dois empreendimentos de alto padrão nos Jardins, na capital paulista; e na avenida Delfim Moreira, bairro do Leblon, na capital carioca.
Mas uma das maiores tacadas de Nelson Tanure foi a de se associar à Cidade Matarazzo, inaugurada entre o final de 2021 e o começo deste ano, na região da av. Paulista, em São Paulo. O complexo tem como sócio o empreendedor francês Alex Allard e é ancorado pelo Hotel Rosewood, a um quarteirão da av. Paulista.
Um dos motivos para a aquisição da São José é o de ter acesso a seus relacionamentos. A construtora tem uma carteira de clientes muito boa em São Paulo, tanto de investidores quanto de compradores, que atendem famílias tradicionais da cidade, informa a reportagem.
Fundada há 40 anos por Mauro da Cunha e Alberto Jorge Filho, o "Quarentinha", empresário que fez fama e carreira no setor imobiliário paulista, a São José focou seus esforços desde o início no Itaim, que até poucas poucas décadas atrás era um bucólico bairro familiar. A região acabou direcionada para prédios de luxo e escritórios de grandes empresas, que hoje se proliferam ao longo da chamada "Nova Faria Lima".
De alguns anos para cá, a construtora diversificou o portfólio, com lançamentos imobiliários em Alphaville, em Barueri (SP), e prédios comerciais como o Vila Omint - sede do conhecido plano de saúde -, além de um shopping no bairro do Jaguaré em parceria com a BR Malls. Nos últimos anos, entretanto, a empresa se alavancou e passou a encontrar dificuldades para quitar suas dívidas, levando os donos a decidirem pela venda do negócio, segundo informação do site Brazil Journal.