Em seu primeiro compromisso ao chegar a Montevidéu, na tarde desta quinta-feira, dia 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul - maior condecoração do país - a José Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai.
Lula, que está em Montevidéu para participar da 65ª Cúpula do Mercosul - reunião que se estende até esta sexta-feira, dia 6 -, desembarcou e seguiu para a chácara de Mujica, nos arredores da capital, para entregar a homenagem ao antigo amigo e aliado político. "A pessoa mais extraordinária que conheci", disse, emocionado, sobre o ex-presidente uruguaio.
Pelas suas redes sociais, Lula compartilhou várias imagens do encontro. "É uma emoção poder condecorar o grande companheiro Pepe Mujica com a maior honraria brasileira, a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, por sua incansável luta pelo melhor da América Latina e do mundo. Um exemplo para todos nós", escreveu.
O presidente brasileiro explicou o motivo da condecoração. "Essa é a comenda mais importante do Brasil. Essa medalha que estou entregando ao Pepe Mujica não é pelo fato de ele ter sido presidente do Uruguai, é pelo fato de ele ser como ele é", afirmou, abraçando o aliado político, que agradeceu e também se emocionou com a homenagem.
José Pepe Mujica presidiu o Uruguai entre os anos 2010 e 2015, durante um período de 15 anos seguidos que a Frente Ampla de esquerda governou o país - as outras duas gestões foram feitas por Tabaré Vazquez, que morreu em 2020. Ao longo dos anos, Mujica tornou-se uma das maiores figuras globais do campo progressista.
Embora adoentado, Mujica, de 89 anos, teve participação decisiva na volta da Frente Ampla ao poder com a eleição de Yamandú Orsi e Carolina Cossi como presidente e vice para o período de 2025-2030. Ele não só apoiou a dupla como ajudou a costurar a chapa com Orsi e Carolina, que são de vertentes diferentes da esquerda uruguaia.
A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul é o mais alto reconhecimento brasileiro a um estrangeiro. Ela foi criada em 1° de dezembro de 1822 por Dom Pedro I, menos de três meses após a independência do Brasil, para demonstrar e valorizar o poder imperial.