A partir desta segunda-feira, dia 1º, o Hotel Jaraguá, localizado na rua Martins Fontes, 71, no centro da capital paulista, passa a ser administrado pela rede Nacional Inn, que comprou o empreendimento da Accor, grupo francês que havia 20 anos operava o estabelecimento com sua bandeira Novotel.
É mais uma etapa na trajetória do icônico hotel do centro paulistano, que está completando 70 anos e foi inaugurado em 1954, com entrada principal pela rua Major Quedinho, como parte das comemorações pelo Quarto Centenário da cidade de São Paulo.
Painel de Di Cavalcanti - Divulgação/Reprodução
Por sua localização privilegiada, dividiu os domínios do setor hoteleiro de alto luxo com o Othon Palace até os anos de 1970, quando se projetaram hotéis como o Ca D'Oro e o Hilton, também no centro. Até então, hospedou políticos e celebridades como Robert Kennedy, Muhammed Ali, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Fidel Castro, Alain Delon, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Brigitte Bardot, Sofia Loren, Mick Jagger, o casal Tony Curtis e Janet Leigh, entre outros.
Com seus atuais 415 apartamentos, o prédio foi parcialmente tombado em 1998, com a proteção garantida para fachadas, murais e pinturas. Com 28 pavimentos e mais de 27 mil metros quadrados, o hotel conta com dois restaurantes, teatro, estacionamento e espaço de eventos para mais de 1.500 pessoas.
Entre os anos de 1951 e 1976, o mesmo prédio foi sede das redações dos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde. Com entradas diferentes do hotel, também abrigou os estúdios da rádio Eldorado. Com a saída do Estadão para um novo prédio na marginal Pinheiros, os jornais Diario Popular e Popular da Tarde passaram a ocupar o espaço destinado às redações, hoje todo incorporado pelo hotel.
No térreo do prédio, há um mural do pintor Di Cavalcanti, integrante de uma fachada que, nos anos de 1960 e 70, exibia na parte superior um moderno informativo eletrônico com as principais notícias dos jornais do Grupo Estado.