Como a semana é do Oscar, ou de toda a repercussão da entrega das estatuetas em Hollywood, a página de cinema de IPO News escolheu para resenhar um ganhador de 2007 na categoria de melhor figurino, para Milena Canonero. Trata-se de "Maria Antonieta", considerada a obra-prima da diretoria Sofia Coppola pela revista Harper's Bazaar Brasil, não só pela direção, trama e elenco, mas sobretudo pelos figurinos de época.
Tudo porque Sofia Coppola é uma diretora de cinema que sempre procurou dirigir sua carreira com um olhar apurado para a indústria fashion. Trabalhos anteriores, como "As Virgens Suicidas", "Bling Ring" e "O Estranho Que Nós Amamos" também mostraram a escolha do figurino e de uma direção de arte voltados ao mundo da moda. Em todas essas oportunidades, ela soube usar elementos - entre peças de roupas e cenários - que enriqueceram suas obras. Não foi diferente com "Maria Antonieta".
Para retratar essa história, Sofia Coppola colocou em cena a sua finesse para montar a obra. Cuidados que ela aprendeu com seu pai Francis Ford Coppola, um dos maiores diretores da história do cinema, responsável por obras-primas como "Apocalipse Now", "Drácula de Bram Stockler" e a incomparável trilogia de "O Poderoso Chefão". Em 1990, aos 19 anos, Sofia já mostrava todo o seu talento ao interpretar a filha do Don Corleone de Al Pacino, no terceiro filme da série.
"Maria Antonieta" conta a história da icônica, porém malfadada rainha da França no século 18. A trama passa desde seu casamento arranjado com Louis XVI aos 15 anos (papel de Jason Schwartzman, primo de Sofia), até a queda de Versailles, aos 19 anos. Kirsten Dunst foi escolhida para encarnar uma das maiores fashionistas que o mundo já conheceu, como classifica a reportagem da Harper's Bazaar.
O estilo usado na era Rococó era extremamente rico em detalhes, adornos e excessos. O período sucedeu o barroco e antecedia a era Vitoriana, fazendo do visual dos afortunados absurdo. Saias volumosas, mangas bufantes, cinturas minúsculas, espartilhos, ancas e cabelos de dois metros. Isso foi uma realidade - e não ficção.
Até os homens se maquiavam e se vestiam com peças pomposas. Perucas também eram comuns. E, no make-up, quanto mais a pele branca, bochechas rosadas e lábios vermelhos, melhor. Um trabalho imperdível de Sofia Coppola, atualmente disponível na plataforma da Netflix.