O contrato foi assinado na última segunda-feira (13) com a J&F S.A, grupo controlador da JBS e de outros negócios nos setores de energia, papel e celulose.
Por Pedro Bohnenberger - Rio de Janeiro
A Eletrobras anunciou nesta quarta-feira (15) a venda de sua participação minoritária na Eletronuclear por R$ 535 milhões. O contrato foi assinado na última segunda-feira (13) com a J&F S.A, grupo controlador da JBS e de outros negócios nos setores de energia, papel e celulose. A operação marca a saída definitiva da Eletrobras da empresa responsável pelas usinas nucleares brasileiras e faz parte do acordo de conciliação firmado com a União após a privatização da estatal.
Segundo comunicado ao mercado, além do pagamento de R$ 535 milhões pela participação societária, a compradora assumirá as garantias que a Eletrobras mantinha em favor da Eletronuclear e também a responsabilidade pela integralização das chamadas "debêntures ADI", no valor de R$ 2,4 bilhões.
Essas debêntures foram estabelecidas no termo de conciliação entre a companhia e o governo federal, com o objetivo de compensar ajustes financeiros decorrentes da reestruturação societária pós-privatização.
A Eletrobras afirma que a venda permitirá a liberação de responsabilidades remanescentes com a Eletronuclear, melhorando o perfil de risco e liberando capital para novos investimentos.
A transação também marca o ingresso da empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista na geração nuclear. Com a venda, a Âmbar Energia, braço da J&F no setor elétrico, passará a ter 68% do capital total e 35,3% do capital votante da Eletronuclear. A empresa, no entanto, continuará sob controle do governo.
A Eletronuclear é responsável pela operação das usinas Angra 1, Angra 2 e Angra 3. A venda foi feita em meio a informações sobre desequilíbrio financeiro na empresa e até de um alerta do Ministério de Minas e Energia sobre risco de insolvência.
CBN
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