Em vídeo publicado nas redes sociais, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB), afirmou que o governador "não deveria se meter em guerra de ninguém"
Por Luísa Marzullo
O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), criticou, nesta sexta-feira (20), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por sua postura durante a Marcha para Jesus, realizada ontem na capital paulista. O alvo das críticas foi o momento em que Tarcísio subiu ao trio envolto em uma bandeira de Israel, atualmente em conflito com o Irã.
Na avaliação de França, o ato teve conotação política e resultou em desrespeito à expressiva comunidade árabe e muçulmana do estado de São Paulo, cirando especificamente os descendentes de sírios e libaneses.
- São Paulo sempre acolheu todos os imigrantes. Quase todo mundo em São Paulo veio de outro lugar. O governador humilhou toda a comunidade árabe, síria-libanesa... O estado de São Paulo é onde mais tem libaneses de todo o mundo - declarou o ministro.
França, que integra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), argumentou que não cabe ao governador se posicionar em conflitos internacionais, reforçando que a neutralidade deveria ser a conduta adequada para uma autoridade estadual.
- Sinceramente, fazer um gesto de humilhação apoiando alguém para poder humilhar esses povos é um erro grave do governador. São Paulo não tem nada a ver com guerra. É um estado da federação, não tem que se meter em conflito de ninguém - completou.
A manifestação do ministro se refere à participação de Tarcísio na Marcha para Jesus nesta quinta-feira (19), quando o governador subiu em um carro de som do evento e apareceu com uma bandeira de Israel envolvendo os ombros. O gesto foi acompanhado pela multidão presente, que também usava símbolos israelenses.
Além do embate ideológico, a crítica de França carrega um subtexto político. O ex-governador de São Paulo e atual ministro é apontado como possível candidato ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2026, numa disputa que pode ter como adversário o próprio Tarcísio, caso este opte pela reeleição. Por outro lado, o governador paulista também é cotado como potencial presidenciável, dependendo da movimentação da direita e do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem é aliado próximo.
O Globo
https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2025/06/20/ministro-de-lula-diz-que-tarcisio-humilhou-comunidade-arabe-ao-exibir-bandeira-de-israel-na-marcha-para-jesus.ghtml